Ato (velho) novo
Dando prosseguimento a como ser idiota tantas vezes repetindo as mesmas coisas, escrevo um texto atual que fiz no metrô em uma manhã de extrema angústia e dor, na minha luta para esquecer a pessoa que eu gosto demais, mas que, novamente, preteriu a mim e a tudo que ofereci.
Não a culpo, mas, enfim, dói saber que é mais uma batalha perdida, daquelas que você chegou, mesmo que por um segundo, a acreditar que poderia dar certo, que aquilo que você sente basta para superar todas as dificuldades. Balela, obviamente. Tolice. "Só daria certo aos dois que tentam", sentencia a canção "Livro dos Dias", da Legião Urbana.
Até por isso, essas coisas que eu escrevo, como o exemplo abaixo, são idiossincrasias de uma alma estúpida e perdida como eu, isolada nos seus repetitivos erros, lamentando, choramingando, a não-correspondência da pessoa amada, relatando suas dores, angústias, o sofrimento de ter que encontrar todos os dias. Enfim, mais do mesmo. Sempre.
Nem há muito a dizer aqui, até pela atualidade da letra e da repetição da temática por toda a minha vida, sem muitas diferenças. O fim da esperança e da alegria, e a vitória da dor e das lágrimas, são sempre os mesmos.
Amor de um lado só
Vivo cada dia como se fosse o primeiro
Sinto cada instante como se fosse o último
Ou o terceiro, vivo sem esmero
Sem prestar atenção na beleza das coisas
Com a visão de um rosto branco à frente do meu coração.
Tenho apenas a preocupação para me preocupar
Sonhos na mão, sem armas prá lutar
Desejo na solidão, angústia freqüente
Seu negro cabelo vermelho ofusca a minha mente.
Cada hora descuidada passa como não fosse nada
É à noite que minha ansiedade explode
Esperando o dia que você vai chegar
E aceitar a ter uma alma triste prá cuidar.
Às vezes prefiro não sentir o que sinto
Aproveitaria nossa amizade de forma infinita
Mas reflito e percebo, sem muito esforço fazer
Que me apaixonaria novamente por você.
Corro atrás de ar para me livrar desse sufoco
A tristeza me impede de aproximar, mesmo que seja só um pouco
O amor fala mais alto, a vontade é sempre maior
Mas a cada passo em falso eu me sinto cada vez mais só.
Dói-me saber que está nos braços de outro
E outra vez percebo que nenhuma chance tive
Machuca ainda mais todos os dias ver-te
Resta-me deixar para a memória divagar um dia ter-te.
06/November/2007