sábado, novembro 10, 2007

O começo de algo maluco...

Vou iniciar hoje, neste blog, um projeto que eu tenho vontade de tocar, já há um bom tempo. Nada grandioso, apenas fazer um exercício de memorial no pouco espaço de vida que tenho e que está representado pelas minhas mais de 300 poesias que escrevi ao longo de 11 anos.

Vou publicá-las aqui de tempos em tempos, provavelmente de forma semanal, a não ser que sobre um tempinho no meio da correria, aí eu venho aqui e quebro essa ordem. E a idéia é dar um contexto do texto, falar em quais circunstâncias ele foi escrito, porquê, em que época, enfim, o que eu lembrar né, porque são tantas, que às vezes fica difícil eu relembrar o que me levou a colocar tais palavras em conjunto, expressando determinado sentimento.

Claro, que, preservando alguns nomes, porque não quero causar nenhum tipo de mal-estar a ninguém, apenas quero registrar todo esse material na web, quase como fazia numa época em que havia uma lista de discussão de fãs da Legião Urbana, chamada DirBrasil, por volta de 1999. Tipo, quando eu morrer, fica aqui como um registro de quem fui e do que, mais ou menos, fazia. O ser humano tem necessidade filosófica de deixar as próprias marcas na História para as gerações futuras. Mas, certamente, quem me acompanha vai sacar de "quems" estarei falando nos textos.

Não vou publicar em ordem cronológica, senão eu teria um trabalho danado para catalogar tudo, antes de publicar, o que me daria preguiça e inviabilizaria o projeto, hehe. E é legal que não tenha essa linha, para que a cada texto, seja perceptível a diferenciação de pensamento, de linguagem, de metáfora, de sentimento, de paixão, de torpor, de tristeza, de desesperança, de ilusão...

Antes de começar, um aviso: não inventei isso pra preencher o espaço do blog, tanto que, se eu me sentir em condições de escrever pots normais (e o problema é conseguir essa motivação ssempre), eu farei.

Apesar de não seguir cronologia, a primeira que vou publicar aqui é o meu début, ou seja, a estreante que desaflorou, digamos, a minha verve para a coisa. Se bem que, ao ler o texto, você irá perceber que eu não tenho verve nenhuma para nada. Mas levem em consideração, porém, o sentimento que um garoto de catorze anos tinha dentro de si ao escrever isso. Eu estava na oitava série, perdidamente apaixonado por uma garota, Daniela o nome dela, lembro bem do rosto, das expressões, do aparelho nos dentes, mas bem cuidados, nada daqueles nerds de filme teenager estadunidense, que gostam de sacanear os jovens fora dos "padrões de beleza". Ela era linda, loira tingida, cabelos longos e enrolados, com um corpo considerável para quem tinha quinze anos.

Foi minha primeira, oficial, grande queda no amor. Passei o ano todo caído de amor por aquela guria que morava a menos de 5 minutos de casa, mas nunca tive coragem de, eu mesmo, dizer o que sentia. Tive até uma chaance uma vez quando o grupo de estudo foi na casa dela sacar umas coisas para a prova, e eu andava mal porque não queria saber de estudar. Mas não conseguia falar. Bobo. Até hoje sou assim, tenho uma grande dificuldade para me expressar diante das mulheres.

Ao menos esse evento deve ter mexido comigo, porque, quando eu gosto de verdade de alguém, quando realmente a pessoa faz meu coração bater mais forte, me faz querer estar com ela mais do que aquele breve instante do dia, por mais tímido e retraído eu seja, eu não deixo de falar, do meu jeito desengonçado às vezes, tudo aquilo que sinto e penso da garota. Não que tenha mudado alguma coisa no sentido de isso ter resultado em mais respostas positivas do que negativas (na verdade, nada mudou), mas, pelo menos, sigo uma fala do Renato Russo numa entrevista: "Eu tenho pavor de não dizer par auma pessoa que eu sinto e, de repente, ela sair da minha vida". Devo ter aprendido a lição de forma inconsciente.

Mas enfim, a letra eu não tenho data certa de "composição", mas sei que começou em outubro (repare que a data está em inglês, eu era chato, gostava de pôr em inglês a data no fim da página, alinhado à direita, poesia no centro, tem todo um charme no arquivo do Word), mas mexi algumas vezes, porque acreditava, na época, queu podia aquilo virar letra de música e que eu teria uma banda, etc. Parece mais letra de pagode! hehehe... Como diria o Renato Russo: "é cafona, mas é bonita". Aqui vale um parêntese: muitas vezes você lerá a palavra "poesia", outras "poema", loutras "letra", e até "texto", que eu adotei neste rimeiro post. Normal. Pois eu não consigo definir o que eu escrevi ao longo desse tempo todo. Pode ser qualquer coisa, simplesmente porque não é nada. Fica a seu critério escolher como nomear isso tudo e fica aqui o perdão antecipado por essas várias variáveis.

Meu amor

Meu amor, eu gosto de você
Mas você nem liga
Faz pouco caso
E me faz sofrer.

Você não fala comigo
Finge que não existo
Me faz de bobo
Diz que não me ama
Mas mesmo assim eu te amo.

Você fica com outro
E assim eu sofro.
Depois me dá esperanças
Mas no final volta com ele
E me deixa aqui
Triste, sozinho, chorando...

Ma ainda assim lembre-se
Que estarei aqui
Te esperando
Meu amor...

E agora que você terminou com seu outro amor
Você vem me procurar
Mas tudo bem, eu não me importo
Se você ficar comigo
E não me fazer sofrer de novo, meu amor.

Afinal era tudo fingimento
Você não me quis mesmo
E volta a me ignorar
E arranja outra pessoa para ficar.

Mas ainda triste lembre-se
Que sempre estarei aqui
Te esperando
Meu amor...

Out/96-june/97