domingo, novembro 11, 2007

Prosseguindo...

Olha gente, como eu comentei no post anterior, teriam letras que eu não saberia muito o que dizer pelo tempo que foram escritas. E a que eu escolhi aleatoriamente para hoje é uma. E foi do nada mesmo, fechei os olhos e cisquei com o mouse pela pasta.

Mas uma coisa eu sei: essa letra foi escrita um mês depois do fim de meu namoro com uma pessoa que amei muito e que significou demais pra mim, mas que não deu certo. Mesmo assim, ainda lembro com alegria os momentos que vivi, por mais que eu tenha sofrido demais durante o relacionamento e, principalmente depois dele. O que me deixa feliz é saber que hoje ela está bem, tem uma filha linda e vive sua vida da melhor forma que ela pode viver.

Mas, enfim, pelo que reli da "poesia", eu fiz uma mistura de sentimentos, sejam relacionados ao fim do relacionamento, sejam ligando isso a questões do mundo, de problemas vistos todos os dias, mas que ninguém, no fundo, se importa. O vazio pela perda e a busca de um norte, de um caminho, o desespero e a dor de alguém que tenta se reerguer para viver bem.

Eu lembro que 2001, ano de meu début na universidade, foi duro, perdi emprego, namorada, e tinha monografia pra entregar no fim do ano, muitos trabalhos na faculdade, sem um puto no bolso e muito estudo e trabalho para me dedicar. Se não fosse meu parceiro Janderson para ajudar e ser decisivo naquele processo, me apresentando a banda System of a Down, inclusive, eu não sei até onde eu teria ido.

Hoje eu encaro 2001 como um ano decisivo em minha vida. Saí da vida de cana e irresponsabilidade que vivi em épocas anteriores, experimentei de verdade o amor, sofri com ele, mas também encarava algo novo, uma profissão, não apenas o emprego em si, afinal, havia sido demitido de meu primeiro trabalho de 4 anos. Mas escolhi naquela época o jornalismo, sem imaginar como seria.

E com o fim do relacionamento, o que me restava era isto e eu fui de cabeça, pois, hoje, eu me vejo como ser intrínseco ao trabalho, totalmente ligado à labuta, mesmo que na época eu estava perdido de paixão. Pelo menos eu buscava um novo horizonte, clamava por isso, apesar do meu coração enxergar somente a paixão por uma pessoa que já estava longe de mim.

E o que é legal é que a análisse da letra não fica só em mim, eu vejo que escrevi olhando para outros horizontes, mesmo indicnado que eu perdi algo, os apontamneots dizem que estamos mais perdidos do que alguém apaixonado. Isto é, traz um análise do mundo de hoje, perdido tem contratempos, perdido em derrotas, sem vitórias, curtindo mais a dor do que o júbilo de algum sucesso, porque realmente tá difícil vencer algum jogo.

Uma vida de destruição

Vários destroços ao meu redor
Amores destruídos, esperanças retorcidas
Palavras e mentes adormecidas
Por burras saídas e incertas entradas.

De um lado vejo lágrimas de solidão
De outro, vejo o cansaço de viver
Pessoas gritam contra a repressão
Mas ninguém quer saber de mudança.

Ninguém mais está disposto a tentar
Alguém jogou a arma pela janela, mas não viu a quem feriu
No deserto das rotinas canso-me de aceitar
Não sei mais o que é compreender a mim
Não sei mais o que fazer contra o iminente fim.

Minha vida agora é prosseguir só
Arruinar a mim e a tudo que destruí
Restos de uma guerra sem nenhum interesse
Sem paz, sem começo, sem saber o que aconteceu
Quanto mais eu olho mais perdido eu me encontro.

Meus amigos, devo tudo a vocês
Nossa tristeza amarga pela vida ingrata que vivemos
A vida é apenas solidão, dor e desespero
O resto é máscara pra encobrir nosso dia-a-dia

Tudo que lutamos, tudo que tentamos
Conseguimos o vazio vão, em vão
Pra nos preencher em dias tão frios
Em tempos tão diferentes de como era antes.

A vida nunca foi boa e eu sempre me enganei
Os bons momentos foram embora
A verdade mostrou-se falsa em meus dias
Eu não tenho mais nada do que imaginava que tinha agora.

Contradição é o que rege ao meu redor
A minha vida se tornou o fracasso
Tenho vontade de outra vida seguir
Outros passos, outras perspectivas
Outra chance para não fracassar e não viver só.

20/August/2001.