segunda-feira, agosto 27, 2007

Desaba...fo

Meu coração grita. Vou embora. Minha intensidade faz com que meu coração não suporte mais nada. Qualquer alegria tem sido fugaz, pois meu coração sereno não está. Vivo o êxtase num fragmento de tempo, sofro a catarse nas horas seguintes. Dicotomia que divide minha alma em duas, em mil pedaços...

Não sei mais o que fazer, a não ser engolir o choro antes de dormir e acordar angustiado, doido para não abrir mais os olhos com essa dor no peito. Ansioso por levantar como no último sábado, sereno, tranquilo, sem trabalho, preocupações, amores não-correspondidos na cabeça e no coração. Pena que isso dure, como durou, milésimos de segundo, enquanto que a dor perdure pela eternidade do resto do dia, das noites, dos fins de semana.

Obs.: Trecho de e-mail que escrevi para um amigo. Achei este recorte de texto belo e bastante representativo à minha pessoa neste momento, por isso o publico aqui. Mas juro que gostaria de não ter escrito/sentido isso.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Menino no Rio...



Estou cansado. Dormi pouco, trabalhando até tarde, acordei cedo, para trabalhar, esotu em casa, trabalhando, pro Rabisco, mas... Deixei de lado o espanhol (que comecei semana passada e hoje não teve aula, mas eu tenho lição a fazer) para ficar de bobeira, ouvir Pumpkins e falar sobre minha ida ao Rio de Janeiro no fim de semana passado. Quem sabe eu consigo retomar esse blog aos poucos, ainda sob o rescaldo de (mais) uma paixão que não deu certo.

Sexta-feira eu estive na cidade maravilhosa para fazer umas matérias e pegar umas imagens prum programa de TV novo que estamos tocando. Deixa a coisa caminhar mais um pouco que eu falo mais. Torçam, que se tudo der certo eu vou morrer de trabalhar e, quem sabe, ganhar um trocado a mais. Morto de trabalho eu já estou, enfim...

A viagem enrolou-se a semana toda. ìamos para Rio e Petrópolis no fim de semana também, depois só a capital, depois voltou a ser as duas cidades e acabou que se definindo somente numa sexta, um bate-volta. Mas, como não sou bobo nem nada, avisei minha querida Paula que poderia aparecer por lá e ela adorou a idéia. O fato de ter cancelado Petrópolis possibilitou que eu pudesse vê-la e meu amigão Moa. Ou seja, foi ótimo! hehehe...

Depois de trabalhar na sexta, passeando de carro com um motorista português muito boca suja (hehehe muito legal ele), conhecendo algumas praias, parte da zona sul e o Cristo Redentor no fim do dia, o Moa me pegou no aeroporto para eu ter um fim de semana dos melhores dos últimos tempos! Nada como aproveitar o trabalho para fazer algo para si próprio.

Eles foram superlegais comigo. Me deixaram dormir na casa deles, que é bem bacana por sinal, eu curti, se eu tivesse aquele espaço pra morar sozinho, ahhhhhhh, tava feito! hehehe... Me levaram para um monte de lugar e eu me diverti muito, também a prima da Paula, a Ju, e sua irmã, a Fernanda. Conheci a Igreja Nossa Senhora da Candelária (claro, pra rolar, no mesmo dia, uma matéria pro site do padre), o Paço Imperial, onde morou a família real no Brasil na época que o país era colônia portuguesa, parte do centro. Andamos de bondinho até o bairro de Santa Teresa, reppleto de barzinhos, artesanato, bem legal. A gente foi de bonde e voltou apé, num sol bacana, tomei uma cerveja. Tava bacana.


À noite a gente foi no que eles chama de "feira dos paraíbas", ou, o Centro de Tradições Nordestinas, que tem em SP também, que possui muita música e comida típica, forró ao vivo, barracas de comida, restaurantes com a famosa carne de sol, etc. Comemos carne de sol com macaxeira (também conhecida como mandioca, hehe), embebedei meu amigo Moa (coitado, quis acompanhar o tio Herrero, isso é só pra maiores).

No domingo fomos pra Copacabana, engoli água de frente pro Copacabana Palace, hahahaha... Pena que a Ju não foi com a gente domingo... Mas a Paula e o Moa estavam lá e foi bom demais. Pena que tive que ir embora. Voltamos pra casa para comer, arrumar as coisas e.. snif: voltar para São Paulo. É muito triste deixar amigos para trás. Deu um aperto no coração quando me despedi deles com abraços calorosos. Até porque, chegar em Sampa e sentir toda aquela angústia de novo, trabalho até os tubos, coração em frangalhos, nervosismo e ansiedade a cada movimento e palavra ouvida... Eu preferia sumir daqui.

Mas já prometi a mim mesmo e a eles: no fim do ano estou de volta ao Rio. Muito provavelmente prpa virada de ano. Vamos ver se tudo dar certo. Quero ficar um tempo legal lá, não só dois dias. Veremos. Bom é ter amigos em ouras cidades, para trocarmos conhecimento, vivência, vermos outras coisas e saber que tem gente tão amada em locais que eu nunca imaaginei que fosse um dia. Sou feliz por ter amigos maravilhosos que, memso com a tristeza de deixá-los distante, pelo menos os tenho no coração e sei que posso contar com eles e eles comigo e que essa distância não é nada perto do amor que sentimos uns pelos outros. Saudade queridos Moa e Paula. Espero encontrá-los numa próxima vez. Beijos e abraços grandes.

Obs1: eu poderia contar melhor essa história, com a emoção devida em agradecimento a meus amigos queridos, mas o cansaço mental e físico me impedem. Sinceras desculpas.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Um conto...

Olá pessoas.

Ainda estou em um processo longo e doloroso de recuperação. Portanto, a dificuldade para escrever algo é grande. Prefiro me calar a ver por aqui lamúrias, lamentações, tristezas, cinza, desesperança. Tudo o que posso ter é angústia por um futuro menos atribulado, ao menos no meu coração, já que minha mente necessita dessa agitação.

Enquanto um furacão de nome bonito, simples, simpático, belo, alto, sorridente... ah, chega disso! enfim, enquanto me perco em mim mesmo e no que sinto e esse furacão vermelho devasta minha alma, um conto de um tempo que eu ainda conseguia raciocinar. Faz tão pouco tempo... mas enfim, é isso o que tenho. Esse conto até que é legal, feito em cima de uma idéia de um companheiro de trabalho, conto meio "profissional", feito com um objetivo, não totalmente do coração. Se bem queu isso é relativo, afinal de contas, tudo o que sai de mim provém do coração. Por isso essa intensidade toda, como poderia dizer um amigo meu.

Até a próxima. Espero que haja uma.

Déjà vu – 10/06/2007

Do lado direito da passarela do metrô, um dia maravilhoso se finda. Uma mistura de cores, laranja, rosa, roxo e azul, se fundem no céu de São Paulo, trazendo um pouco de beleza àquele dia duro de trabalho. Do lado esquerdo, porém, a noite já chegara, com seu manto negro cobrindo prédios e ruas, amparada somente por uma lua cheia esplendorosa, amarela, transbordando a luz refletida de seu círculo imperfeito.

Um contraste no céu paulistano, proporcionando belezas distintas, alegres, tristes, perfazendo um ambiente turbulento na mente de Roberto, que se dirigia para sua casa, acompanhado de duas noites opostas, como dois pensamentos diferentes a povoar-lhe a mente. Mas ele preferia não pensar em nada. Exausto e cansado de seu emprego, sua cabeça estava voltada para o jantar e para a televisão.

Morando sozinho há três anos em um apartamento, depois de deixar a casa dos pais, já perdera o contato com o mundo externo. Poucos amigos o visitam, até porque ele não faz da amizade algo que devesse ser cultivado. Sua personalidade solitária e distante afasta qualquer possibilidade de contato com outras pessoas. Por que ele era assim? Se ele soubesse a resposta, talvez não seria. Mas preferia ocultar todo e qualquer pensamento que o tirasse de sua rotina, opcionalmente repetitiva. Preferia pensar que tinha um dia a menos, depois de viver sufocantes horas em seu emprego chato como analista de processos numa repartição pública.

- Porra, cadê o controle do som?, esbravejava, já dentro de casa.
- Essa casa está uma bagunça. Ah, foda-se. – dizia, sem nenhuma preocupação.

Ligou o aparelho e no CD rolava Alice in Chains. A música? Coincidentemente, “We Die Young”, o que, numa tradução livre quer dizer “nós morremos jovens”. Nada mais absurdo e sem sentido do que uma afirmação dessas. No entanto, caía exatamente com o que sentia no fundo de sua alma e que ele afastara ao longo dos anos. Afinal de contas, já atingira os 30 e tardara a oportunidade de morrer na juventude, como muitos roqueiros, inclusive, aquele que cantava versos soturnos como esses.



Agora, Roberto precisava se preocupar em pagar contas, analisar processos que não terminavam nunca, cuidar de sua casa e só. Não percebera o passar dos anos em sua face, na folhinha do calendário, muito menos nos acontecimentos da vida. Vivia numa redoma que fechara em sua casa, perdido nas obrigações cotidianas, para não sofrer, sem perceber o quanto alienado estava do mundo ao seu redor. Deixara seu passado morto e enterrado num canto obscuro de sua mente, para nunca mais se lembrar dele e conseguir sobreviver a cada dia com o menos de dor possível.

Depois de botar uma sopa instantânea pra fazer num panelão sujo que estava há dias no fogão, desligou o som para fazer aquilo que mais gostava, no fundo: ver TV. Isso porque, o rádio fora seu companheiro de jovem, quando as músicas exprimiam suas angústias de adolescente. Agora, já não sentia coisa alguma, se anestesiara de tudo o que vivesse e só precisava de uma coisa para manter esse estado de coisas. A televisão.

Via qualquer coisa que passasse pelos canais. Programas de auditório esdrúxulos, novelas, telejornais de entretenimento, jogos de futebol, seriados, filmes. Gostava de tudo. Ao menos fazia passar o tempo. Divertia-se assistindo tudo aquilo. Sentia que ali podia viver um mundo que não conseguia fora dali. As ruas são muito violentas, as pessoas são maldosas, os amigos te sacaneiam, os amores fazem você sofrer. Então, por que vou perder tempo me machucando e me desiludindo com o mundo real, sendo que eu posso presenciar todas essas coisas, sem sentir nada, dentro da minha própria casa? Era assim que Roberto pensava, ou fazia-se pensar.

Em dias que estava mais animado, abria um dos vinhos que costuma comprar de vez enquando, deitava no sofá e tomava o líquido no gargalo, vendo alguma série que gostava. Tinham várias, assim como filmes. Era um devorador de películas estilo blockbuster. Não gostava de filme com conteúdo, que o trazia à reflexão, preferia dar risada, ver explosões, essas coisas.

- Puta que pariu, esqueci a sopa! – bradava da sala, correndo para a cozinha, tropeçando nas cadeiras. Por pouco ele não coloca a casa em chamas. A sopa ficou tanto tempo na panela com o fogo ligado que quase evaporou por completo. Mesmo assim, ele botou num prato, esperou esfriar, largou a sujeira de lado e tomou a sopa com gosto de queimado.

O despertador tocou e Roberto não ouviu. Terça-feira, dia de ralar no escritório. Mas ele só conseguiu acordar com a caminhonete que vende produtos de limpeza: “Olha a cândida, olha a cândida”, repetia insistentemente uma voz que parecia de um senhor de idade.

- Caralho, esse cara todo o dia enche o saco na minha janela. Um dia vou dar um jeito nele – reclamava. Mas já há cinco anos que a mesma caminhonete passava três vezes por semana. Roberto chiava, mas nada fazia. Preferia xingar dentro de si, fazer o café, colocar o paletó amarrotado e sair de casa, naquele dia, atrasado.

Mais um dia de trabalho que se vai. A rotina se repete. Assim que entra em casa, põe alguma música para que o som preencha o vazio silencioso de seu simples apartamento de um quarto, sala, cozinha, banheiro e lavanderia minúsculos. Depois de procurar o que vai comer, liga a TV e se deixa levar por mais momentos de entretenimento fácil, desligando-se do mundo como um botão on/off. Pára em um telejornal. “Cinqüenta mortos em atentado no Iraque”. “Felipe Massa treina duro para a corrida no Japão”. “Assalto a banco deixa três feridos em São Paulo. “Seleção Brasileira vai a Inglaterra para mais um amistoso”. Esses e outros destaques passam batido pela mente de Roberto. Muda de canal e começa a ver um programa de entrevistas. Deixa se absorver até meia-noite, quando dorme estatelado no sofá, quase caindo no chão.

O despertador toca. Sexta-feira. Roberto ouve, solta um palavrão e o desliga. Toma um banho, prepara o café, pega o paletó, esquece a gravata e sai para mais um ônibus lotado e um novo dia de marasmo no trabalho. Entediado, se esquece que é seu aniversário. Só vai se tocar mesmo quando olha no calendário da repartição pública. Pouco afetado em relação a data, retoma suas atividades burocráticas. Na volta pra casa, compra numa padaria um bolo de chocolate pronto e velho.

Ao abrir a porta, percebe a mesma bagunça de sempre, joga sapato e o paletó num canto da sala e leva o bolo até a mesa, na cozinha. Acende uma vela, fica em silêncio por um curto espaço de tempo, apaga a vela e corta um pedaço de bolo para si. Coloca em um prato com um garfo e volta para a sala. Enquanto assiste a um programa humorístico, ele devora aquele naco de bolo como se fosse a sua janta. “Boa idéia comprar esse bolo. Assim não preciso cozinhar nada”, pensa.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Dando as caras

Após um longo, tenebroso e sepulcral inverno, cá estou de volta á estas linhas. Muita coisa aconteceu desde de minha viagem à Curitiba e o fim de junho. Não sei se as coisas mudaram, mas algo aqui dentro se modificou, se quebrou. Somente agora, no entanto, eu tive coragem de retomar este espaço e comentar um pouco como as coisas estão, apesar de eu não falar as questões fundamentais de meu sumiço, que eu acho que ninguém mais tem que ler sobre este assunto, muito menos eu devo remoer no que aconteceu para elencar motivos contra ou a favor para tudo ter dado errado.

De uma coisa eu sei, apesar de tudo: eu dei o meu máximo, fiz tudo o que pude e, sinceramente, há muito não sentia o que senti (e sinto) nos últimos tempos. Se isso é bom, por um lado, por outro, as conseqüências do sentimento que foi despertado em mim também foram extremamente duras comigo. E estão sendo, ainda. E serão por algum tempo. Enquanto essa dor não cessa, eu foco no trabalho. O problema é que ambas as coisas se fundem, por razões únicas e exclusivas de espaço físico. Enfim, é a mais dura batalha que eu já travei nestas áreas em uns bons anos.

Ao menos, ultimamente, o trabalho tem me tomado todas as forças, com muitas coisas em andamento na produtora, além de projetos paralelos que meu bom amigo Daniel está refletindo comigo. Além dessa parceria que me deu uma base importante para enfrentar esse momento realmente difícil em que me joguei. Um companheiro essencial neste instante. Emblemático, que representa a estrutura da minha vida: amizade. Sem isso eu acho que seria definitivamente impossível sobreviver. Outra companheira de jornada foi a Paula, que segurou boas barras nesses dias.

Aliás, voltando, cabe um parêntese: esse Daniel seria meu consultor espiritual, se eu tivesse um. Ele me fez perceber muitas mudanças, atitudes novas, posturas, falas, posições, enfim, muitos acontecimentos que revelam um outro eu, não mais o Herrero bravo, espanhol, que berra, esbraveja, xinga, que eu só descobri como Herrero na faculdade. Eu consegui aflorar e descobrir o Rodrigo (até prefiro que me chamem pelo primeiro nome hoje em dia), que também ainda berra de vez enquando, mas é mais centrado, pensa mais antes de falar, contribui mais que destrói, tenta ajudar, respeita mais, enfim, tudo aquilo que eu sempre vi em mim e só agora consegui colocar à mostra das pessoas que estão próximas a mim. Até por isso eu tenho fé que um dia eu consigo fazer com que isso seja apreciado mesmo em mim. Ainda há muito trabalho pela frente, preciso melhorar muito, consertar várias coisas, mas já me enxergo mais pronto, maduro, enfim. São etapas que vão avançando em nossa vida e é legal perceber tudo isso.

O que me aponta ao norte, como muleta de salvação momentânea, são as perspectivas do trabalho, de me ocupar o tempo inteiro, lutar, buscar ainda mais meu espaço e em melhorar o que estou fazendo, com as pessoas que estão construindo comigo coisas novas ou reformulando antigas. Acredito que estou num bom momento de minha vida, apesar de tudo o que tem ocorrido nos últimos tempos, que também foram bons, mas não ideais como eu gostaria que um dia fossem. Espero que essa decepção seja apenas mais uma prova nesse caminho que trilho e que eu supere com louvor e amadureça ainda mais. Enfim, guerra perdida, mas só meia-guerra. Espero que a definitiva, eu vença. Abraço e desejo encontrar vocês em breve com notícias mais agradáveis.