domingo, fevereiro 15, 2009

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Quando você não tem nada de bom para escrever, é melhor privilegiar as reticências...

Poderia escrever algumas coisas, mas não seria nada de produtivo ou diferente. Quero fazer tanta coisa, mas por enquanto a vontade não virou desejo. Então, não adianta perder tempo com coisas que ainda não se cristalizaram aqui dentro.

O importante é que meu time jogou com time reserva e ainda empatou com um de nossos principais rivais. Quarta tem um jogo realmente importante, irei com meu sobrinho e um grande amigo (que já foi em seu primeiro clássico hoje) e o resto é complicação. E agora, o simples é mais interessante, mais vibrante, mais importante, que as pedras no caminho.

Trilha sonora: "Lokicat", Jimmy Chamberlin Complex, com participação especial de Billy Corgan nos vocais.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Aparência é crueldade

Depois da neblina ter se dissipado e as coisas darem boas mostras que estão progredindo, eu me encontro vivendo uma coisa que eu jamais imaginaria que viveria de novo. E o pior: fazendo de tudo pra não vivê-la ou, na pior das hipóteses, vivê-la diferente, se colocando de uma forma positiva, madura, pra que, já que as coisas vão mudar, que sejam de uma forma adulta, com conversa, relação igual entre os pares, um mundo ideal, eu diria.

Mas, ah, nobres leitores, o mundo ideal é uma mentira vendida numa propaganda de margarina. As pessoas dizem buscar a perfeição, mas se afastam mais e mais com seus atos e palavras. O ser humano é de uma hipocrisia assustadora, e agora estou dizendo num sentido genérico: apregoa igualdade, conversa, amor, sinceridade. Mas em seu cotidiano, apenas mente, oprime, machuca, se põe em degrau acima do seu próximo.

E você fica ali tentando brigar contra o sistema desafeituoso (mistura de desafeto com defeituoso), tentando ser tudo aquilo que as pessoas dizem, mas não fazem. Não posso me colocar como o perfeito e dono da verdade, muito menos posso dizer por todos, mas pela minha experiência de vida, vejo que tudo que é dito, não chega nem a ser tentado. Posso dizer, em meu favor, que tento, busco. Talvez por isso, não encontre um bom retorno. Se fosse um falsário mentiroso pilantra de uma figa, provavelmente me daria melhor. Mas a gente insiste em fazer as coisas pelo caminho certo, não o mais fácil, e segue tomando porrada.

Sei lá, às vezes você pensa que fazer a coisa certa vai fazer com que a pessoa te respeite, mas você nota que, na realidade, ela simplesmente preferia viver uma mentira. E aí você começa a ver que a lealdade é artigo raro. Que todo o carinho e amor pregado não passa de enfeite em cima de uma estante, de um perfume barato vendido numa estação de metrô, que todos têm acesso, qualquer um fala qualquer coisa e todos fingem acreditar, mas não sentem.

Porque é muito fácil você viver uma mentira em que você está por cima da situação, sem nenhum revés, nenhuma dor, vivendo num país das maravilhas irreais, enquanto o outro sofre ou faz das tripas coração para seguir em frente. Não, o que tá pensando aquele em restaurar a relação e viver de forma que ninguém se machuque, mesmo que isso seja o máximo possível naquele momento? O ser humano só quer outro rastejando debaixo de si. E viver de aparência, uma verdadeira crueldade consigo e com os outros. A mentira é verdade e a opressão é amor. A letargia é apenas uma ocupação, quando se tem medo de dizer o que (não) se sente.

Coincidência ou não, terminando o post ouço um trecho de "Aqui na Terra", do Golpe de Estado:

"Cadê o amor que todos reclamam?
Só violência daqueles que amam."