terça-feira, outubro 31, 2006

Uma voltinha...

Eis que resolvo retomar meus blogs e até criar outro! Não sei onde ando com a cabeça. Constatei que o Rabisco tem me tomado mais tempo do que merece e que eu poderia dedicar esse tempo, aparentemente ocioso, para arrumar um segundo emprego, ou alguns frilas, para aumentar meus rendimentos.

Não adianta: eu gosto de trabalhar livremente, tendo momentos como esta madrugada de terça-feira em que estou aqui na internet, quase às 2 da manhã, após blogar no blog de política, escrever para este diário e pensar no que fazer para o Futiba, estreante de blogs, o quinto do Herrero. E eu que achava que não iria muito longe com blog, porque o considerava fugaz. Fugaz sou eu que não me concentro em nada e vivo criando coisas, sem terminá-las da forma devida.

O que eu desejava mesmo era que esse meu notebook tivesse wi-fi (plano para o primeiro trimestre de 2007), aí eu começaria a levar esse bichinho pra tudo que é lugar e blogaria de qualquer parte. O problema é que esse notebook é antigo e, por isso, pesado, o que dificulta meus pobres e esmagados ombros. Mas, quem sabe... Quero comprar também um pen card - ou pen drive, não sei como se chama realmente - para enfiar tudo quanto é coisa nele e cmainhar por aí sme preocupação. Esse eu quero comprar agora em novembro. Veremos.

Ah, eu tô com saudade de tanta gente. Tenho falado de forma salpicada com algumas pessoas, seja numa troca de e-mails rápida, seja num scrap de orkut, quando alguém lembra que eu existo (fato raro, pelo menos no orkut), ou mesmo num jurássico telefonema que há muito não recebo. Mas, ao menos, às vezes (pena ser às vezes), consigo falar com alguém. Espero que isso minimmize e reduza minha saudade.

Enquanto isso, vou blogando e trabalhando, procurando me dedicar menos ao que não me trará alegrias (e não falo só do Rabisco, pra bom entendedor...). E agora eu vou correndo que tenho que blogar no Futiba rapidinho porque as meninas do vôlei feminino (que meninas!) estréiam neste exato instante contra a seleção de Porto Rico na Copa do Mundo de Vôlei, que está sendo disputado no Japão. À vitória, meninas!

quinta-feira, outubro 19, 2006

É saudade então...

Escrevi este desabafo na lista SP do Fã-Clube Filhos da Revolução. O pessoal até acabou colocando no blog do FC, com outros depoimentos. Quem quiser conhecer: http://www.filhosdarevolucaobr.blogger.com.br/.

Abaixo reproduzo meu relato de 10 anos de saudades de Renato Russo...

É, há dez anos Renato partia... Engraçado que lembrar isso remete a diversas reflexões, porque muita coisa aconteceu nesses 10 anos, na minha vida, no mundo... parece tanto tempo, mas, poxa, foi ontem que eu ouvi a notícia num motoradio, deitado na cama do meu pai, estava com febre, enquanto ouvia um programa de esportes da Gazeta AM, com meus 14 anos... Chorei, chorei,chorei muito... abri a porta do quarto e berrei pra minha irmã, que desde àquele tempo, não conversava com ela: "Renato Russo morreu". Voltei pro quarto e mais lágrimas... passei o dia chorando, ouvindo seus discos... minha irmã, de bate-pronto, meteu numa rádio lá que tava tocando a Via Láctea e botou no último volume... Depois do dia todo trancado, chorando, fui ver TV, Jornal Nacional, e mais notícia, tudo lembrava e me fazia morrer em lágrimas... lembro que foi muito doloroso... nos anos seguintes, vez ou outra lembrava da data... no primeiro ano eu fechei a coleção da Legião, comprando o CD Dois... deixei pra comprar aquele dia como uma espécie de pacto de lembrança... lembro que enchi a cara num shopping, tentando esquecer da vida... no ano seguinte, estava bebendo também, na casa de um amigo, mas nem fazia tanto sentido mais lembrar daquilo, apenas veio em minha mente e calei... Nos outros anos eu lembrava no dia 10, 12, 13, 11, fazia alguma reverência, ouvia algum disco, e nada mais... Mas hoje foi parecido com 1996... engraçado que eu fui dormir a 1 da manhã, depois de passar duas horas com uma amiga no telefone... Acabou o CD de um show do Smashing Pumpkins e pulou pro CD seguinte, que era o Stonewall, ia tirar, mas deixei rolar pra me dar calma pra dormir, apesar da tristeza daquilo... Acordei com uma sensação horrível dentro de mim, por volta das 8... botei o Stonewall de novo, me troquei... aí resolvi lembrar minha mãe que fazia hoje dez anos da morte do Renato... apontei pro som que vinha do quarto e falei:"mãe, dez anos hoje. Faz dez anos que o Renato Russo morreu"... Ela: "Já?mas parece que foi ontem"... eu nem consegui terminar de ouvi-la: corri pro quarto e comecei a chorar... como se eu tivesse recebido a notícia, aquela hora, da morte dele... ao som de Love Is eu chorei, muito... Até ouvindo Cherish eu chorei... ouvir a voz vigorosa dele incentivava as lágrimas, um cara com uma voz tão bonita, que tocava tanta gente, morto... independente de ser o Renato, é duro.. mas sendo ele, pior ainda... Resolvi enxugar as lágrimas e fui pra cozinha comer alguma coisa, antes de vir pro trabalho... começou aquela Miss Celie's Blues, quase chorei na mesa, mas a mãe estava ali, segurei, tomei o café e segui em frente... confesso que estou me sentindo deslocado hoje, vim no metrô disperso, perdido, escrevi uma "poesia" motivada pela saudade, depois envio pra cá... eu sinto que algo está faltando... bem, todo mundo sabe o quê né... tudo que ficou foi a saudade e a certeza que o Renato faz muita falta... vamos ver como vai ser o dia, to ouvindo A Tempestade, mas alimentar isso tudo faz mal... como faz mal perceber a ausência dele... é como se fosse algum parente próximo, que ainda não perdi, mas com ele eu perdi, não no sentido de mestre, mas alguma companhia para meus momentos tristes e alegres, saber que não haverá novidades, que ele não estará vivo e ativo para fazer mais pessoas contentes por ouvi-lo, dói... Bem, desculpem o tamanho da mensagem. Abraço. Rodrigo.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Poesia

Uma letra que escrevi esses dias, muito bacana. Consegui construir algo legal depois de tanto tempo.

Gauche Apaixonado

Caminho sob a noite de uma cidade calma
Volto pra casa envolto em meus pensamentos
Letras de músicas povoam minha mente
Sobre injustiça, desesperança, desilusão e amor.

Amor. Algo que não possuo. Não sinto.
Vagueio em águas mortas pela escuridão de sentimentos
Vazio. Preenchimento total. Não sonho.

Sempre procuro não pensar muito no meu coração
Fujo dentro do meu cotidiano para não sangrar
Ocupo-me com trabalho para não resolver meus problemas
Evito tratar deles, pois não sei o que fazer para mudar.

Mudança. Processo irreversível do ser humano. Não existo.
Perambulo como um gauche sem destino e sem história
Tristeza. Agarro-me a um futuro fugaz. Não vivo.

As luzes de postes e prédios marcam o silêncio noturno
Ruas ausentes, pessoas vazias,
Apenas a música faz companhia ao meu não-recolhimento
Enquanto me preparo para a insônia, todos dormem.

Morto. Meu coração quer, mas está perdido. Não encontro.
Procuro me deslocar para manter meu equilíbrio
Solidão. Idealizo um mundo que nem eu acredito. Sobrevivo.

1h28 – 01.10.2006

terça-feira, outubro 03, 2006

Amigos: os amo















Já passam das 10h50 da noite e eu deveria me preparar para dormir, pois tenho uma quarta-feira complicada, com apresentação de um seminário na pós-graduação (no qual ainda tenho que montar o que falarei), trabalho o dia todo na produtora e ainda, antes do seminário, acompanhar um evento do lançamento do disco do padre Marcelo.

Mesmo assim, resolvi escrever algumas linhas do que vivi nesta noite de terça-feira maravilhosa. E sabem porquê? Porque eu passei algumas das pessoas mais importantes da minha vida, comparáveis apenas a meu pai e minha mãe. E num momento dos mais belos e importantes da vida do ser humano. Hoje, eu, Daiane, Fabiana e Christian fomos no Hospital da Penha visitar a Teresa, Fernando e o Luiz Fernando, o mais novo integrante dos “Putão”, como a Fabiana costuma chamar a turma.

É, Luiz Fernando é o mais novo membro, nasceu nesta segunda, com 46 centímetros e 2,760 quilos. Um toquinho de gente e a cara do pai. Gracioso, dormia tranqüilo no meu colo, passou mais de meia hora comigo, diga-se. Meu braço e ombro parecia que iam estourar, mas fiquei ali, firme, afinal, vale a pena né? A mesma coisa aconteceu com a Laiz, a outra integrante que surgiu de surpresa este ano. Foi um momento fantástico sabe? Eu me emociono tanto ao saber do nascimento desses guris, sinto como se fosse filhos meus. Penso agora como seria o nascimento do meu.

Quem diria, eu, que sempre disse não querer, já mudei definitivamente meu pensamento a respeito. Hoje passei o dia de trabalho numa ansiedade danada para viver o céu que foi esta noite, assim como o dia que juntamos todo mundo na casa do X e da Fabi pra brincar com a Laiz. (começa a tocar La Vita È Adesso, última canção do disco italiano do Renato Russo, é preciso força!). A gente comentava no carro, voltando do hospital, um papo que começou lá ainda, poxa, quem imaginou um dia a gente vivendo isso. Passamos por tantas, bebedeiras, festas, escola, descobertas, brigas, reconciliações, amores, dores, alegrias, tristezas. E hoje estamos contemplando o fruto belo do amor entre o X e a Fabi e entre o Fê e a Teca. É pra emocionar qualquer um mesmo.

Outro dia raciocinava a respeito, lembrando que, há 10 anos, eu estava no mesmo hospital, acompanhando o nascimento do Lucas, meu primeiro sobrinho. Um mês antes da vinda dele, Renato Russo morria e com ele uma parte de mim e de tudo o que eu acreditava e me fortificava. O herói de pés de barro se foi e eu fui junto.

Puxa vida, eu tinha 14 anos, estava na oitava série, tinha tirado naquele ano a carteira profissional, amava uma garota da minha sala que não me dava bola, e minha vida era simples e meu espaço curto: minha escola ficava na minha rua, meu melhor amigo também, as bebedeiras eram na outra rua, ao lado à escola. Enfim, tudo era fácil.

Hoje, 10 anos depois: sou jornalista formado e estou concluindo um curso de pós-graduação; trabalho que nem condenado numa produtora, num site e toco um projeto de pesquisa e estou na espera de um projeto da prefeitura; nem bebo mais tanto, fico na cerveja, falta tempo e dinheiro para tudo isso; trabalho do outro lado da cidade, estudo no centro e tudo ficou longe e distante para mim; meu coração já viveu muitas coisas, sofreu mais do que se animou (bem, isso foi a única coisa que permaneceu).

Ou seja, tudo, ou quase tudo, mudou. Quase, porque nesse tempo todo os meus melhores amigos, a minha família de verdade, pois, como diria o Planet Hemp e o Rappa, “família não é sangue, família é sintonia”, estiveram comigo em boa parte desse tempo. E o que comentávamos era justamente isso: começamos juntos, com muitas alegrias, festas, zueiras, etc.

Mas muita coisa mudou de lá pra cá, passamos por várias reviravoltas, até pouco tempo atrás não tínhamos o contato que possuímos hoje, apesar da amizade mantida, mesmo que lá no fundo escondido de uma caixa de sapato da lembrança, e hoje estamos juntos todos, novamente, e em momentos importantes de nossa vida, podendo presenciar, unidos, toda a alegria de estarmos vivos e de vivermos a alegria e a simplicidade da vida, juntos.

Isso tudo indica que nada é eterno, até os bons momentos, pois os ruins também não o são. Portanto, temos que aproveitar cada instante maravilhoso de nossas vidas, pois pode ser o último. Afinal, “o prá sempre, sempre acaba”. Eu realmente tenho medo disto e sinto que isso poderá sofrer nova alteração. Porque, como acabou de dizer a letra da canção, “ser um homem e não saber como será o futuro”. Não sei o que vai acontecer amanhã: se alguém vai embora do bairro, da cidade, do país.

Eu mesmo brinco – embora realmente planeje algo nesse sentido – de morar fora do país por um tempo, mas não consigo nem me mudar de bairro para me desgastar menos com o metrô, tudo porque não sei como seria morar sozinho, sem ter, a qualquer momento, a possibilidade de fazer o que muitas vezes faço: “Fabiana? Ceis vão sair? Não? Então to subindo. Chama a Daiane lá”. Isso é só um exemplo, as vezes a Daiane me liga pra ir lá, a Fabiana chama, etc. Não sei se consigo viver sem isso. Claro que o ser humano vive com tudo e sem nada. Mas ao menos hoje, eu, sinceramente, não sei.

E me tira o chão só de pensar que não vou ter isso pra sempre, de que não vou ver Luiz e Laiz crescendo juntos, correndo pra lá e pra cá, a gente fazendo festinha de aniversário, os dois pedindo um real pra comprar algum doce na mercearia, um puxando o cabelo do outro, chorando, pedindo a mãe. E a gente rindo de tudo isso, lembrando de nossas histórias, como em um dia perfeito.

Espero que possamos crescer juntos, não só a duplinha dinâmica, mas todos nós. Que possamos morrer próximos, como uma família irmã, celebrando a vida, o nascimento, o crescimento, as dores e alegrias do mundo, a morte. Sei que isso é impossível, mas prefiro não pensar nisso agora, quero sonhar e acreditar que eles estarão lá esperando a gente sempre e que eles poderão contar comigo e com todos o momento que quiserem/precisarem.

Como diz uma letra da Legião: “E o que disserem meus verdadeiros amigos sempre esperarão por mim. E o que disserem agora meu filho espera por mim”. Pedi licença poética pra colocar meus novos sobrinhos como filhos. Como a Teresa disse mesmo: Luiz e Laiz são filhos dos seis. Amigos (incluídos meus dois filhos-sobrinhos), sei que vocês esperam por mim, sempre. E eu também estou aqui, com o coração e a alma repletos de amor para vocês e as mãos para ergue-los e confortá-los. Sempre.

Só pra constar: agora são 11h30.