terça-feira, julho 22, 2008

De Onde os Sonhos Vêm

Como posso te dizer para me esquecer
Se eu não posso te deixar?

E nem mesmo eu acredito nas palavras
Quando elas vêm e se voltam contra mim.

Como posso olhar você nos olhos e não parecer
Que estou mentindo pra mim mesmo?
Eu não quero ser o anjo que você não pode ver
Quando abrir os olhos.

Mas não tente carregar o mundo
Eu não acredito mais em nada além de você e eu.

Como posso te dizer para me esquecer...

Mas eu sei como sempre
Nunca o amor vai se esquecer
De tudo que vier, de onde os sonhos vêm
Nunca o amor vai se esquecer.

Mas não tente carregar o mundo
Eu não acredito mais em nada além de você e eu
Nunca o amor vai se esquecer
De tudo que vier, de onde os sonhos vêm
Nunca o amor vai se esquecer.

De onde os sonhos vêm
Nunca o amor vai se esquecer.

By: Marcelo Bonfá

quarta-feira, julho 09, 2008

Isolation

Espelho

Eu te vi saindo de um prédio na avenida Paulista
Com a fronte cabisbaixa, o andar displicente
O rosto denotava uma profunda tristeza
Não aparenta a vivacidade apresentada há cinco minutos
Quando a cabeça trabalhava em algo importante.

Agora caminha em silêncio pela calçada
No fone de ouvido a melodia a gritar que o amor vai nos destruir
Os pensamentos tão distantes quanto nebulosos
Coração angustiado quanto ao que virá na próxima esquina.

As pessoas olham curiosas, algumas com até certa compaixão
Mas ninguém percebe o que realmente acontece
Um pedido de socorro brota daquele olhar vazio
A alma perdida clama por um milésimo de atenção.

A mente já não trabalha como há pouco
Somente dor, insegurança, , isolamento, desordem
E uma cerveja gelada a esperar como companhia
Pensamentos suicidas, a queda se anuncia.

Quando eu te vi não consegui acreditar
Que aquele adeus te perturbara tanto
Há muito que os feriados são sinônimos de depressão
E qualquer desconforto eleva a graus insuportáveis de insatisfação.

No fim daquele dia seguiu seu desordenado rumo
Cumprimentou a todos timidamente, olhou pro chão e deu os primeiros passos
Chegou em casa, tirou a jaqueta e entrou no banheiro
Foi quando eu te vi no espelho e percebi o quanto você está doente.

09 de julho de 2008.

terça-feira, julho 08, 2008

"Don't walk away, in silence"

Cheguei do cinema há pouco, onde eu finalmente assisti ao "Control", longa-metragem que narra a história de Ian Curtis, a ascensão meteórica do Joy Division e seu fim trágico, com o suicídio de seu soturno vocalista.

Depois dos meus amigos falarem tanto desse filme, que era depressivo, mas muito bom, que tratava bem como foi a história dele e da banda, etc., eu tinha que ver. Quase que sai de cartaz. Sorte que o Belas Artes deixa alguns filmes muito tempo em cartaz e era o único lugar que ainda exibia a película. Peguei a sala Mário de Andrade. Salinha minúscula, diga-se, tela menor ainda, mas filme começando na hora e sem muitas enrolações.

A película foi toda feita em preto e branco, o que só enriquece o ar "cinza e triste" da cidade de Macclesfield, onde Curtis nasceu e viveu praticamente toda sua vida. Muito se fala do Ian Curtis ser um cara depressivo, que desejava morrer cedo, se drogava e não via a esperança em seu horizonte. Mas o que eu vi no filme foi um jovem comum dos anos 70, que passava tardes trancafiado em casa ouvindo discos de rock enquanto fumava cigarros e recebia amigos.

Ao conhecer Deborah, as coisas começaram a ficar mais difíceis. Não que a mulher tenha estragado sua vida, muito pelo contrário. Ele era feliz. Mas decidiu se casar com ela, arrumou emprego e passaram a morar juntos. Nesse meio do caminho, conheceu os caras que formariam, com ele, o Joy Division: Bernard Summer (guitarra/teclados), Peter Hook (baixo) e Stephen Morris (bateria). E aí, então, começou sua carreria de músico.

Teve a filha Natalie com Deborah, mas conheceu a "jornalista" belga Annik, com quem teve um caso de amor extra-conjugal que afetaria de vez o andamento de sua vida. A partir daí foi só confusão, confusão, confusão. E a certeza, cada vez maior, que o sonho de ser um astro do rock era pesado demais pra ele, que não mais queria suportar tudo aquilo. Há uma fala em "Control" que diz "Eu era feliz e não sabia". Desejava, tampouco, continuar casado, mas ainda amava Deborah, apesar daquela vida adulta de compromissos, obrigações e rotina. Por outro lado, amava também Annik, mas não conseguia ser feliz de nenhuma das formas. Pelo menos foram coisas que depurei com o filme.

Viver não é fácil, ainda mais tendo casado cedo, conhecido a fama muito prematuramente, ainda tendo epilepsia e uma amante. Ou seja, ser adulto já é complicado, ainda mais quando se toma decisões jovens demais. "Eles não entendem que eu me dou demais no palco e isso me afeta". Frase semelhante eu já li de outros fenomenais e sensíveis artistas que tampouco conseguiram segurar a onda. Falo em Kurt Cobain e Renato Russo. Enfim, tudo isso foi demais para Curtis, que se enforcou no dia 18 de maio de 1980, aos 23 anos, dias antes da primeira turnê pelos Estados Unidos, bem na época que o sucesso sorria para o quarteto inglês.

"Control" é espetacular, principalmente na reflexão quanto a quais camminhos seguir. E a reflexão é totalmente confusa, revelando bem como é difícil viver, tomar decisões e ter alguma certeza que está fazendo a coisa certa. Acho que me identifiquei com Curtis, principalmente na frustração de não saber o que está acontecendo, muito menos qual passo dar, já que "o passado faz parte do futuro, e o presente está fora de controle".

Encerro com a canção que termina o filme. Melhor, e mais depressiva, música para fechar a película e este post, não há.

Atmosphere - Joy Division

Walk in silence,
Don't walk away, in silence.
See the danger,
Always danger,
Endless talking,
Life rebuilding,
Don't walk away.

Walk in silence,
Don't turn away, in silence.
Your confusion,
My illusion,
Worn like a mask of self-hate,
Confronts and then dies.
Don't walk away.

People like you find it easy,
Naked to see,
Walking on air.
Hunting by the rivers,
Through the streets,
Every corner abandoned too soon,
Set down with due care.
Don't walk away in silence,
Don't walk away.

Ps: Como o filme foi feito em cima de um livro escrito pela espposa dele, há que se levar em consideração certos pontos de vista tratados no filme.

terça-feira, julho 01, 2008

"Vamos montar um time"... "Com quem?"

Fui assistir hoje ao "Incrível Hulk" e curti pra caramba. Tá uma verdadeira febre filmes de superheróis. Sexta agora estréia Hancock e dia 18 tem o mais novo filme do Batman. Mês passado foi o Homem de Ferro. Tá bem bacana. E o mais interessante é que as histórias relacionadas à Marvel parecem que vão se entrelaçar mais pra frente. Quem viu os finais "pós fim do filme" de Homem de Ferro e Hulk vai entender.

O ruim do Hulk é que ele é tão grande que os efeitos especiais beiram ao desenho. Tá, ele tá mais humano que no anterior, mas, memso assim, tem hora que fica chatoo. Mas é incrível mesmo, ver o bicho rodando e batendo em prédio. Dá uma péssima impressão, de morte mesmo. Mas ele tá lá, continuando a bater e apanhar. A cena dele partindo um carro de polícia ao meio para usar como luva de boxe pra bater no monstro Abominável é das melhores! O carro simplesmente se esfacela no rosto do inimigo! O Edward Norton é um baita ator e a Liv Tyler traz a galera pro cinema com seu jeito água com açúcar.

O começo na Favela da Rocinha é surreal, mas bacana. É aquela coisa: falem mal, mas falem de mim. Dublagem no dono da fábrica, ao que parece não gravaram com artista daqui (se bem que eu li Débora Nascimento pruma menina bonita da fábrica que o Bruce Banner - Hulk nas horas vagas - se engraça), favela real "cenográfica", escadaria da Lapa tradicionalíssima nos clipes sexuais do Snoopy Dog - e que eu conheci semana passada, hihihi... Ah, uma coisa: fábrica dentro da favela, rá, rá, rá... Mas foi interessante, pelo menos não disseram que no Rio tem floresta e macacos... Quando chegou nessa parte, na cena seguinte, o Hulk tava na Guatemala! hahaha... Incrível. Mesmo. O bicho fugindo chega no outro hemisfério. Se eu pudesse fazer isso...

Mas o Bruce Banner é muito bonzinho e a namorada dele manda muito no Hulk. Prefiro Homem de Ferro, que é anárquico, tem estilo, se veste bem, ouve rock, toma todas, curte a vida e ainda decide salvar o mundo com seu jeito "sou fodão mesmo e vamos pra briga". Pombas, começar o filme com "Back in Black" do AC/DC é pra conquistar os roqueiros de plantão, como eu. Angus Young Surrond? Ahhh, coisas que só o cinema proporciona! Legal é a ponta que o Homem de Ferro faz no finzão do Hulk falando algo assim "estamos pensando em montar um time" para o coronel que caçou Hulk, ao oque responde: "com quem". Tudo indica que coisa boa vem por aí. Outra citação dele no filme é quanto às indústrias Stark, referindo-se ao Homem de Ferro, dono de uma empresa que fabrica armas.

Detalhe: resolvi fuçar na net e vi num Fórum que Hulk e Homem de Ferro eram da 1a equipe dos Vingadores (The Avengers) e a Marvel tá planejando fazer um filme dos Vingadores. A Shield (polícia interestelar de/dos superheróis) também é citada em ambos os filmes. É o que li num Fórum: "é a Marvel criando sseu universo na telinha, muito show isso". Realmente, muito show isso!

Outra coisa: esses caras são invencíveis em seus filmes, destroem e vencem muito bem. Como vai ser quando juntá-los?