segunda-feira, fevereiro 11, 2008

You say goodbye and I say hello

Bem pessoal, apareço hoje pra enviar uma poesia que fiz por estes dias. Reflexo ainda da minha nova condição. Achei-a bacana. As coisas estão mais complicadas do que pode parecer. Não pelo fato de eu morar sozinho, isso está caminhando bem.

Hoje comprei um rodinho de pia e um desentupidor. O vizinho de cima cisma com furadeira e barulho à noite e nos fins de semana, mas, por enquanto, não incomoda tanto. Acho que consegui desentupir a banheira, mas falta o ralo do banheiro. Tô com medo de mexer ali, dada a calamidade em que deixaram aquilo. Consertei o som, falta só entender porque o AM não funciona. Arrumei a gaveta das contas e ainda falta a pia da janta (salada de entrada e miojo com molho do macarrão de domingo) para lavar, mas é pouca.

O problema é meu mundo profissional que está em temporário desmoronamento. Vamos ver como vai ser. Em breve notícias. Espero que boas. Saudações herrerianas.

Contas

Passei um cheque hoje cedo
Para pagar uma prestação que nem lembro o que é
É mais um imposto que engorda contas alheias
Enquanto meu bolso esvazia em dívidas dispensáveis.

Agora eu sei que sou adulto
Pois ser adulto é sentir medo a cada instante
É ter que pagar contas, chorar por descontos
É viver em função de algo que ninguém quer suportar.

Felicidades compradas a prazo
Prestações de notas rasgadas
Ideal vendido por cartão de crédito
Nossa vida não passa de um real num bolso furado.

Novamente nosso dinheiro é colocado em evidência
Compre isso, pegue aquilo, consuma qualquer droga
Você é o que você possui
Foda-se para o que você pensa e sente
O que importa é o que você pode ostentar para subjugar o outro.

Não mais livre para gastar e fingir ser feliz
As contas assustam, o saldo se esgota em ninharias
Economize para conseguir se manter até o fim do mês
E tenha uma vida torturante, sem saber se o orçamento vai dar.

Felicidades compradas a prazo
Prestações de notas rasgadas
Ideal vendido por cartão de crédito
Nossa vida não passa de um real num bolso furado.

Tudo não passa de subtração, divisão
E nada de soma, muito menos de multiplicação
Já faz tempo que os dividendos deram lugar a pagamentos
Hoje o dia é correr para sobreviver e suster o pouco que se tem.

23h15 – 08/02/08