quarta-feira, dezembro 10, 2008

Pausa para homenagear um amigo...

O que uns minutos de folga não fazem comigo...

Centro

O mundo acorda e todos vêm até você
Enquanto eu saio para trabalhar
Pelas ruas movimentadas, carros e pessoas
Correm sem sentido, sem direção.

O dia é agitado, como sempre
Distante de ti, vivo mais um dia incomum
Entre um grito e outro, a sujeira
Contempla um corpo à guia.

Você assiste a um prédio numa miragem de sol
Um fim de tarde e as esperanças minguam
A cabeça dói, a ansiedade sobra
Ausente de mim, os afazeres consomem minha alegria.

A noite chega, todos correm para casa
E te abandonam, esquecem tudo que você deu
Sobram as luzes dos faróis, dos escritórios e dos prédios
De alguns solitários, que como eu, dividem
Um canto contigo, neste caos absurdo
De putas, travecos, mendigos e marginais
Um templo feio da modernidade
Retrato fiel do descaso com teu espaço.

Mas em tua homenagem, velho amigo
Eu divido esta cerveja, contigo.

10 de dezembro de 2008