Pausa para homenagear um amigo...
O que uns minutos de folga não fazem comigo...
Centro
O mundo acorda e todos vêm até você
Enquanto eu saio para trabalhar
Pelas ruas movimentadas, carros e pessoas
Correm sem sentido, sem direção.
O dia é agitado, como sempre
Distante de ti, vivo mais um dia incomum
Entre um grito e outro, a sujeira
Contempla um corpo à guia.
Você assiste a um prédio numa miragem de sol
Um fim de tarde e as esperanças minguam
A cabeça dói, a ansiedade sobra
Ausente de mim, os afazeres consomem minha alegria.
A noite chega, todos correm para casa
E te abandonam, esquecem tudo que você deu
Sobram as luzes dos faróis, dos escritórios e dos prédios
De alguns solitários, que como eu, dividem
Um canto contigo, neste caos absurdo
De putas, travecos, mendigos e marginais
Um templo feio da modernidade
Retrato fiel do descaso com teu espaço.
Mas em tua homenagem, velho amigo
Eu divido esta cerveja, contigo.
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