sexta-feira, janeiro 06, 2006

Trabalho, trabalho, trabalho...

Quero retomar o que eu estava falando estes dias por aqui a respeito de fugir dos pensamentos e coisas que estão na minha frente esperando que eu tome alguma decisão.

Talvez por isso eu esteja escrevendo estas linhas aqui no Diários... Pode ser importante eu tentar achar uma luz. Minha irmã disse outro dia que tenho feito muita coisa, ao contrário dos medíocres que esperam a morte chegar trancados em suas casas com suas rotinas. Meu amigo Daniel comentou o mesmo, mas ainda não acho o bastante.

Preciso encontrar algo que eu possa ajudar as pessoas a mudarem suas vidas e nossa sociedade, mas não sei se é medo, falta de foco, hora inapropriada, entrave, não sei o que é, mas não me sinto pronto e não me identifico com nada que me faça jogar todo o meu corpo e meu conhecimento naquilo.

Espero encontrar isso um dia. E logo. Vamos ver. Recebi dois novos convites para colaborar em trabalhos jornalísticos. Certamente, ambos de graça, pois ninguém paga por nada. Um eu aceitei, mas me arrependi. O outro eu me assustei, mas talvez aceite. Creio que esteja com uma carga de trabalho já alta, mas sei lá, talvez não seja a hora de ficar recusando as coisas.

Quem sabe, enquanto eu não me acho, eu possa me entregar nessas tarefas e dar o meu melhor para mostrar meu trabalho e, quem sabe, conseguir algo mais financeiramente concreto. Por outro lado, fica aquela dúvida de não conseguir fazer tudo bem tendo muita coisa para dar conta.

É um certo dilema, até porque o único trabalho que me remunera tem me desagradado, tanto em estrutura como em meu próprio desempenho. Sinto não estar dando todo o fôlego que tenho para dar.

Não sei o que faço. Talvez minha dúvida esteja justamente no que critico tanto, isto é, eu sempre reclamo daquelas pessoas que querem emprego com horário certo, só uma coisa a fazer e ganhar por isso. Porém, eu não me dedico na produtora do jeito que todo jornalista precisa se dedicar, ou seja, integralmente.

Eu ia escrever uma bobagem monumental ao colocar que também faço o horário básico, apesar de cada dia entrar e sair num horário diferente. Mas eu chego em casa e escrevo minhas colunas para o Papo de Bola, corro atrás de pautas para o Rabisco, que são coisas que me dão amplo prazer de tocar. Talvez seja isso: trabalhar no site do padre Marcelo não me dá tanto prazer. Por outro lado, é o único que me paga, então não dá para largar pura e simplesmente.

Tanto que ao surgir uns projetos novos lá eu até me animei. Lá eu gosto de pensar coisas, tocar pra executar, etc. Mas produzir mesmo não é muito comigo. Talvez eu precise prestar mais a atenção nisso, pois, quem sabe, aí esteja meu rumo. Esse ano ainda tem a pós-graduação para concluir e isso exige tempo para estudo e dedicação sem tamanho, já que quero fazer jus a grana que estou gastando lá. Não dá para levar de qualquer jeito.

Então não sei se aceito as novas colaborações que tenho pra fazer, pois precisarão de iniciativa própria e muito trabalho. Talvez meu medo esteja nisso, em dar as caras para as coisas, sem depender apenas de minha força de vontade num lugar escuro. Já que me dou bem quando dependo de mim, mas num campo que conheço: jogar na casa do adversário é sempre mais complicado mesmo.

Meu dilema está aqui: ou eu aceito os desafios e me entrego como jornalista, ou me escondo no casulo do trabalho comum e fico insatisfeito pela escolha resignada que tomei. Está claro o caminho a seguir. Sou eu quem tem medo de trilhá-lo.