sexta-feira, maio 23, 2008

Viver no Centro

Morar no centro tem lá suas vantagens. Você vai no cinema, por exemplo, e pode sair 20 minutos antes do filme começar, porque é pertíssimo de sua casa. No caso cito o Espaço Unibanco, que fica quase na av. Paulista, mas nada que um ônibus pelo corredor da rua da Consolação não resolva rapidinho. E ainda tu chega 5 minutos antes do início do filme.

Tu pega a fila, compra o ingresso e entra na sala pouco antes do apagar das luzes. O filme termina, você sai contente por não ter errado no chute (afinal, você apenas leu a curta sinopse do Terra - que tu se esqueceu - e foi mais no instinto) e liga pro amigo que havia deixado um recado no celular pouco antes do filme começar. Ele diz que em meia hora chegará no centro e tu resolve descer a rua Augusta a pé até o metrô Anhangabaú, local do encontro.

Nem vê a hora passar, quando chega no metrô, dá uma ligada pra mãe pra combinar o passeio do fim de seamana (primeiro aniversário do filho que foi embora de casa, sabe como é. Pois nem eu sei ainda como vai ser), ouve o alerta punitivo materno "você tá bebendo, filho!" (é das piores coisas essa vigilância distante das mães, trata-se de uma pressão psicológica infernal, porque tu sabe que ela não sabe o quanto você bebe, mas imagina que ela desconfie e se pune mentalmente porque ela comentou e você sabe que, memso ela não sabendo, você tá bebendo pra cacete!) e já dá o tempo do amigo chegar.

Ambos decidem ir pro Papo, Pinga e Petisco, um boteco retrô (e um pouco caro, mas, como disse meu amigo, o que é bnarato no Centro?) ali na pça. Roosevelt. Depois de tomar umas Bohêmias escuras, dá a hora do meu amiogo voltar pra casa antes do metrô fechar. A gente sai, ele ruma pro metrõ e eu o acompanho até a metade do caminho. Em frente a biblioteca Mário de Andrade eu me despeço e atravesso a rua Xavier de Toledo. Corto caminho pela pça. Dom José Gaspar, invado a av. São Luís, contorno parte da pça. da República, alcanço a rua do Arouche e já está: cheguei em casa. Ganho ao menos uma hora de sono, sem me preocupar com nada.

Outra boa é tu fazer as coisas de casa numa segunda-feira braba, depois de chegar tarde do curso de espanhol, e dar aquela vontade de tomar uma cerveja gelada. Só que você tá sem geladeira, porque foi um imbecil ao meter uma faca no congelador pra tirar o gelo que estava em excesso e agora vai ter que gatsar 300 reais pra consertar essa droga. Só que como a geladeira é nova (explicação do Einstein, o técnico), a peça não tem na loja e só chega por encomenda. Aí você recebe a notícia que no final das contas ficará quase 3 semanas sem geladeira, isso se tudo der certo. São 23h30 e o que fazer com a sede? No Centro fica fácil: tu desce até oo conveniência do posto de gasolina, pega duas Heinekens geladinha e volta pra casa. Liga o som do notebook, abre a janela e senta no puff. Aí é só relaxar, fazendo inveja pros outros via msn.

Contras
O inconveniente é que tudo acontece no Centro. Virada Cultural, manifestação do Dia do Trabalho, encontro religioso, evento pré-Parada Gay, enfim, a região central é o palco de todos os gostos, de todas as ideologias, enfim, de qualquer coisa. isso enche o saco, porque logo cedo começam os ruídos vindos da praça, oriundos da passagem ou teste de som. Tu sai na rua e tá aquele povo perambulando. gente demais, muito bêbado, mendigo, espertos de qualquer sorte.

Sair pra comer em dias assim, então, é um horror: tudo lotado, como nas ruas, com difícil acesso. E muita gente encarando aquilo tudo como uma grande festa. Mas se esquecem que há pessoas que vivem ali, dormem, acordam, comem. Essas horas é terrível. O jeito é ou se trancar em casa com raiva do mundo, abrir um vinho e ver um filme quieto no canto e na cama, ou sumir, visitar os pais, amigos, e só voltar quando tudo acabar. Aliás, é o que vou fazer nesse fim de semana de Parada Gay.

Afinal, a besta aqui alugou um apartamento no reduto gay da cidade: lgo. do Arouche (nada contra, mas confesso que me incomoda aquela movimentação toda por ali, os michês de noite na rua do Arouche, é um clima barra pesada) Como eu só me dei conta disso depois? Eu queria entender como sou tão burro. Mas já está decidido: assim que se encerrar o contrato (setembro de 2010), eu parto pra outro lugar. Aí nem é por causa do que acabei de comentar, mas é mais relativo ao contexto do parágrafo anterior.

O Centro é ótimo pela comodidade, pela proximidade com os bares, teatros, cinemas, etc. Mas esses incovenientes de eventos ali na pça. da República e muito auê nos arredores têm me incomodado demais. Dá pra ouvir fácil qualquer barulhinho que vem dali. Claro que não vou morrer por morar lá dois anos, é possível ficar ali numa boa. Mas eu prefiro, ao cabo do prazo da imobiliária, sair estrategicamente do Centro, o que não quer dizer que quero e vou ficar distante dele. Nada disso. Lá é um lugar magnífico por várias razões, entre as quais as que eu escrevi no início do post. Mas eu quero experimentar morar nas cercanias. Onde, ainda não sei.

1 Comments:

Blogger Pensamento Solto said...

Oi amigão, sai do Anhangabau e to bexiga é bem legal e os botecos sao baratinhos....rsrsrss. to pensando em morar na sta cecilia...mesmo esquema...abraços

12:41 PM  

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